HIDROCEFALIA DIAGNOSTICADA DURANTE A GESTAÇÃO
Muitas vezes a hidrocefalia é diagnosticada ainda no período pré-natal, durante a gestação. O diagnóstico de uma possível doença de evolução indefinida costuma ser motivo de muita angústia aos pais. As causas da hidrocefalia são variadas e, portanto, a evolução neurológica durante o desenvolvimento da criança também varia caso a caso.
O QUE JUSTIFICA A INTERVENÇÃO DURANTE A GRAVIDEZ
A ideia de se tratar a hidrocefalia antes do bebê nascer (ainda no útero da mãe) teria como justificativa tentar evitar um período de aumento da pressão dentro de sua cabeça e, supostamente, evitar a deterioração neurológica futura após o nascimento. No entanto, apenas 17% dos casos tratados intrauterinos conseguem ficar sem tratamento após o nascimento.
Além disso, no período pré-natal muitas dúvidas ainda existem no diagnóstico, entre uma dilatação ventricular e hidrocefalia. As dilatações sem hidrocefalia não necessitariam de tratamento após o nascimento.
Os procedimentos para tratamento da hidrocefalia podem variar desde punções para aliviar a pressão, implantes de cateteres que comuniquem o ventrículo (onde ocorre o acúmulo de liquor) e a cavidade amniótica (onde está o líquido amniótico) ou a própria neuroendoscopia.
RISCOS E BENEFÍCIOS DO PROCEDIMENTO
Não existem evidências claras do beneficio do tratamento intrauterino, porém trabalhos mais recentes têm demonstrado que, com o avanço nos exames diagnósticos e técnicas cirúrgicas, talvez alguns casos selecionados possam se beneficiar do procedimento.
É preciso considerar que existem possíveis complicações no procedimento, como infecções, trabalho de parto prematuro, descolamento de placenta e outros que devem ser discutidos com os familiares.
O risco do procedimento associado à incerteza da efetividade do tratamento faz com que a decisão seja, na maior parte das vezes, esperar o nascimento no período obstétrico ideal e tratar a hidrocefalia no período pós-natal.